29 de out. de 2012

Antigo Canecão pode se tornar a Arena Minerva de Música e Arte




Está disponível no Portal da UFRJ o documento que contém as diretrizes para a retomada, ocupação e uso do imóvel localizado na Avenida Venceslau Brás, 215, o antigo “Canecão”. O texto foi formulado pelo Conselho Diretor do Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ e agora é colocado à disposição da comunidade universitária para o amplo debate. A proposta consiste na transformação da antiga casa de espetáculos na nova Arena Minerva de Música e Arte (Amma), novo projeto institucional, cultural e artístico.

O conceito da Amma é o de um espaço público cujos objetivos, procedimentos, práticas, ações, promoções e atividades serão voltados para a promoção pública da música, arte e cultura, em suas mais variadas manifestações. A proposta consiste em abrir as portas para todas as formas e manifestações artísticas e culturais, sobretudo aquelas não validadas nos circuitos comerciais da indústria do espetáculo e do mercado cultural. Assim, o espaço visará disseminar o hábito e o gosto pela música, artes cênicas e outras manifestações culturais para um público o mais amplo e diverso possível, além de promover a formação de uma nova cidadania artística e cultural, exigente, crítica e aberta à diversidade.

O compromisso com o público e a juventude se completa com o engajamento da Amma na promoção de atividades e eventos voltados para o público infantil e adolescente. De acordo com o documento, o uso múltiplo do espaço deve ser uma preocupação constante, de modo que a programação das manhãs e de parte das tardes, por exemplo, seja destinada a atividades e eventos voltados para esse público em particular. Além disso, em consonância com a vocação da universidade na formação de profissionais, a Arena também deve ser concebida como uma escola de formação de profissionais que atuam na produção de eventos e espetáculos, assim como na administração de espaços culturais e artísticos.

Ainda segundo o texto, pelas características do espaço, a Arena exigirá uma cooperação envolvendo, além da UFRJ, um conjunto de entidades públicas, notadamente, o Ministério da Cultura, secretarias estaduais e municipais de Cultura e demais universidades públicas do Rio de Janeiro, o que implica conceber formatos institucionais que assegurem a corresponsabilização e formas de cogestão que favoreçam o uso pleno e múltiplo do “equipamento”.

Espaço autossustentável

O documento é taxativo no sentido de que a Amma “não deverá onerar o atual orçamento da UFRJ”. Na busca dos meios para assegurar uma continuada, rica e diversa programação, deverão ser consideradas as seguintes fontes: recursos orçamentários novos e recursos próprios diretamente alocados à Política Cultural e Artística, em particular para a Amma; receita proveniente de eventos e espetáculos; apoios institucionais, convênios e contratos com órgãos públicos; apoios, obtidos no âmbito de políticas e programas governamentais de incentivo à arte e cultura, inclusive de empresas privadas; e aluguel do espaço para eventos por tempo limitado, inclusive espetáculos musicais e artísticos de natureza comercial, em caráter subsidiário.

Pela dimensão e potencialidades do espaço, a Amma demandará uma formatação institucional que assegure a gestão profissional, seja no que concerne ao planejamento e programação, seja no que diz respeito aos aspectos propriamente administrativos e financeiros. Tal formatação deverá contemplar formas democráticas de deliberação e controle acerca das políticas e diretrizes para uso do espaço, integrando a representação do corpo social da UFRJ e representantes de outras universidades, de órgãos públicos voltados para a cultura e a arte, da comunidade cultural e artística, e de organizações e movimentos da sociedade civil.

Plano Diretor

O Plano Diretor UFRJ-2020 prevê a implantação, no campus da Praia Vermelha, de um complexo que contemplará: centro de convenções, centro cultural, Casa da Ciência e espaço esportivo. A Amma deve ser concebida, desde sua implantação, como uma das peças integrantes desse complexo. O grande auditório poderá, no caso de convenções, acolher um número expressivo de participantes e ser utilizado em eventos científico-culturais.

Por fim, o documento ressalta que “o retorno do prédio que abrigou o extinto Canecão à posse da UFRJ é uma grande vitória da universidade, mas também da cidade do Rio de Janeiro e, de modo mais amplo, da cultura e das artes”. Segundo o texto, ao recuperar a posse daquele espaço, a universidade, “coerente com sua vocação universitária e seu compromisso público, assume suas responsabilidades de fazer daquilo que foi um empreendimento estritamente comercial um amplo, generoso, dinâmico e múltiplo espaço público, voltado para a difusão cultural e artística”.

Leia aqui o documento na íntegra 



Publicado em:
25/10/2012

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